sábado, 3 de novembro de 2007

Tudo começou quando ainda era menino e olhava para as montanhas através da janela da casa de meus pais

O tempo nublado e chuvoso e a visão de uma montanha me conduziam a um estado diferente de consciência. Isso se dava na forma de um mergulho para dentro das profundezas de minha mente culminando com um terrível conflito. Isso porque o nada e a existência surgiam lado a lado desafiando o meu senso de realidade. Era como se o nada aparentemente possuindo elementos para dar inicio a realidade não tivesse obrigação para com isso. Estranho né! Era como se o senso de realidade tivesse que ocorrer numa seqüência causal, com o vazio precedendo a realidade. Mas como a realidade, o vazio também não tem obrigação em se manifestar. Para complicar surgia o problema da regressão infinita, e antes do vazio, haveria outra coisa? o que (ou quem) o havia criado? Então um estado alterado de consciência e de duração efêmera tomava conta de mim e dos meus pensamentos até que subitamente Eu retornava a realidade. Ficava na memória apenas uma tênue lembrança de algo misterioso que Eu sentia. Parecia que havia mergulhado em uma terrível contradição e que tanto o meu cérebro como a minha consciência eram incapazes de lidar. Parecia que tanto o nada como a realidade não tinham consistência e que algo mais profundo subjaz aos dois. Neste estado alterado de consciência a existência não fazia sentido para mim, mas o nada absoluto também não. Muita gente interpretaria esse estado como um chamado divino ou então diriam que tiveram uma visão ou um chamado de Deus. Quantos que ao contrario de meu comportamento seguiram o caminho religioso após essas visoões ou momentos? Eu nunca fui chegado a acreditar em coisas divinas e segui o caminho científico e hoje estou cem por sento convencido que tomei a mais acertada de todas as decisõe de minha vida. Agora pretendo discorrer sobre essas questões difícies sobre a nossa existência, de forma bastante recorrente nas muitas postagens que farei nesse blog, analisando o lado científico, religioso e filosófico. Na semana passada mergulhei novamente nesse estado quando estava sentado em um trapiche na lagoa da conceição olhando para montanhas em dia nublado e chuvoso. Então consegui me manter nesse mergulho por mais tempo. Todavia ainda não consigo expressar por palavras esse estado. A apresentação das coisas subjetivas em formas literais ou alegóricas é uma arte difícil e requer torções perspicazes no uso das palavras das quais sou incapaz de produzir. Tenho feito progresso em encontrar frases de iluminados pensadores da qual Leibniz é um exemplo quando sintetizou algo parecido ao questionar " Porque a existência é preferível ao nada?" Eu iria mais longe indagando E porque o nada seria primevo? e assim como uma criancinha pergunta em sala de aula, e quem criou Deus?, eu estaria gerando uma dificílima questão de regressão infinita.
Hoje percebo que “Existe algo subjacente não só a existência mas também ao nada” e acho que não poderemos nos libertar da questão da regressão infinita a não ser que criemos uma nova forma de pensar a realidade. Estou à procura de metáforas que pudessem revelar esse mistério. Enquanto isso tenho devorado diversos livros sobre Cosmologia escritos por físicos e matemáticos brilhantes. A teoria da evolução de Darwin também desempenha um importante papel, se não o principal e me apraz muito a ideia de usar a seleção natural para explicar o universo. Mas para isso devemos assumir a existencia de uma multidude de universos competindo entre si. Voltando a origem de tudo isso, a existência ou não de Deus é o primeiro passo a ser resolvido e creio que já refleti e li muito sobre essa questão para me dar conta que não é por esse caminho que devo trilhar. Assim tenho devotado bastante tempo lendo sobre cosmologia cósmica, mas também sobre o que cientistas brilhantes pensam de Deus. É do que tenho lido nesses livros e do progresso que tenho feito nessa incessante busca que pretendo me ocupar nesse blog. Talvez até o momento o mais alentador é a afirmação de Stephen Hawking de que o universo é como a superfície de uma esfera onde não há um início e um fim. Sugiro aos leitores que se exercitem mentalmente procurando na superfície de uma esfera encontrar um inicio e um fim a exemplo do que fariam com uma linha, e reflitam sobre isso!


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