sexta-feira, 16 de novembro de 2007

aulas de religião - O Deus abraâmico e historias de Jesus

Se ao menos a religião servisse para satisfazer a minha curiosidade sobre o universo, sobre a sua origem e sobre o nosso lugar nele eu já teria obtido a resposta para a minha questão primeva já nas aulas de religião. Na época essas aulas eram conhecidas como aula de catecismo ou doutrina religiosa. O catecismo era um livro usado nessas aulas com gravuras em preto e branco ilustrando o conteúdo. Mais tarde na minha adolecencia conheci outra forma de catecismo, os de Zé Zéfiro, para a minha alegria de de toda a molecada da minha idade. Sobre as aulas de doutrina religiosa no meu tempo de criança, essas eram proferidas por freiras e padres. Algumas dessas aulas discorriam sobre apavorantes histórias de pecadores condenados ao eterno fogo do inferno. O meu cérebro de criança deveria aceitar quase tudo o que era doutrinado dentro do espírito que o orador almejava pois era difícil não acreditar nas histórias, pois vinha de um adulto que tinha autoridade e eram proferidas de forma contundente. Mas quanto mais eu ouvia e via mais confuso ficaca e aquilo definitivamente não fora feito para mim e havia muito esquisitice naquelas narrações. Eu ficava refletindo sobre tudo o que me era passado e as coisas não fechavam. Não havia lógica! Pior do que as inconsistências eram as mensagens conflitantes. A imagem de Deus que me passaram era a das piores possíveis. Era a do Deus de Moisés, que usando palavras de Thomas Jefferson (fonte do Deus um delírio) era um ser de caráter terrível, cruel vingativo, caprichoso e injusto. Moisés é o fundador doutrinário do judaísmo e das religiões que derivaram dele. Falarei depois do episódio do bezerro de ouro que esta vívido em minha memória até hoje. Falarei disso talvez em mais de uma postagem. Porem, o deus mais desagradável que me fora apresentado nessas aulas, era o Deus de Abrão, o patriarca original de todas as três religiões monoteístas. Esse senhor de barbas, ficava sentado sobre uma nuvem cercado de anjos Arcanjos, Serafins, Querubins e outros puxa sacos. Ele tinha uma obsessão mórbida por restrições sexuais, era misógino, sanguinário, ciumento e excessivamente adepto ao nepotismo. A cena mais apavorante naquelas aulas de doutrinação era a de um menino amarrado envolto em galhos secos sobre uma pira de pedra que servia de altar de sacrifício pronto a ser imolado por seu pai a mando desse infanticida de longas barbas ( sempre representado sentado em uma nuvem com dedo em riste). Falarei mais disso em outra oportunidade. No novo testamento, surgiu então um ser efeminado, manso e suave que fora conduzido ao martírio mais terrível que um ser humano possa suportar a crucifixão. Todos os anos na véspera da páscoa era aquela agonia, ter de ouvir em silêncio aquela mesma historia de dor, sofrimento, tortura, morte e sangue. O mais difícil ainda de ser aceito era o conselho que nos era passado: todas as crianças cristãs devem ser calmas, obedientes, boas como ele (Jesus). Definitivamente aquilo não era para mim! Me chocavae continuo a me chocar vendo as pessoas se ornando pendurando aos seus pescoços por uma corrente a mais cruel ferramenta de tortura que existe sobre a face da terra. Essas pessoas só podiam estar delirando! Como é possível perceber, as aulas de religião jamais conseguiram satisfazer as minhas dúvidas sobre a nossa existencia e foram na verdade fonte de grande confusão mental, até que alguem me disse "É apenas uma alegoria, uma forma de ensinar as pessoas simples as coisas complexas da vida". Pode ser que seja assim, mas porque a igreja com tanto poder e dinheiro não procurou usar de recursos didáticos para ensinar a verdade? Porque enganar as pessoas desse jeito ensiando de forma desonesta coisas que não fazem sentido nenhum? Foi então que me ancorei na ciência onde passei a depositar as minhas esperanças de poder obter a verdade. Hoje tenho plena convicção de que tomei o caminho certo.

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